A mulher vem evoluindo perante a sociedade e o vestido de noiva acompanha esta evolução, mas o sonho de se trajar de princesa, no dia “D”, ainda permanece sólido.
Modelo: Janaina Bartkiw |
Por: Angélica Fonseca
Que noiva não fica indecisa na hora de escolher? É talvez a
escolha mais difícil que ela tem a fazer.
Pois, a escolha não respeita o vai-e-vem da moda, apenas obedece, acima de tudo, o estilo de cada uma,
levando em consideração o seu tipo físico, o horário da cerimônia, as estações
do ano e o tamanho da igreja ou o ambiente onde será realizado o casamento. Um
vestido de noiva também é criado levando-se em considerações as lembranças
registradas em imagens de fotografias e vídeo.
Os profissionais, que trabalham diretamente com as noivas,
contam que geralmente a elas chegam com a ideia do que realmente quer, mas nem
sempre essa ideia se transforma em um bom resultado. O importante para nós é
respeitar o estilo próprio de cada uma delas, e criar um modelo dentro do que
ela imagina, valorizando o seu tipo físico, mas com o toque especial nosso.
Sofisticado ou simples, não importa. Estilo e bom gosto são tudo que uma noiva
precisa para brilhar no seu casamento. Seja, realizado num castelo ou num
ambiente singelo, a escolha do vestido perfeito é que vai eternizar este
momento.
A maioria deles inspira-se em modas passadas para suas
coleções de alta-costura e prêt-à-porter, e acabam dando um referencial
histórico para o estilo de noivas atuais. Mas, para chegar a um bom resultado é
necessário um diálogo franco com seu costureiro, desde o começo, que surgirá
uma harmonia, para a qual os complementos – véu, grinalda, buquê, brinco,
cabelo, maquiagem e sapatos – não destoem do vestido, para não haver uma
poluição visual. Por isso, cabeleireiros, maquiadores e floristas devem
entender as coordenadas do estilista para a finalização do seu look.
Evolução do vestido de noiva
A história dos costumes mostra que as mulheres escolhiam o
melhor vestido que tinham no guarda-roupa para seu dia de sonho. Nas classes mais
abastadas, ao fazerem um novo, este seria aproveitado para outras ocasiões.
Nas famílias de grandes posses, a escolha do vestido
tornavam muitos deles fantasiosos pela exuberância dos detalhes. Usavam muitas
rendas, tules debruados de pérolas, barras plissadas e sapatos de cetim
ricamente bordados.
A primeira mulher a se vestir de branco com flores de
laranjeiras foi Maria I, Stuart (1542-1587), rainha da Escócia. Mas só no
século XIX, com o casamento da rainha Victória, da Inglaterra, que a cor branca
tornou-se a preferida das mulheres e passou a simbolizar a castidade e a
pureza.
Com o passar dos anos as celebridades mundiais continuam ditando a moda.
1845 |
Em 1845 – O vestido da Rainha Victoria resgatou o costume
dos trajes brancos. Foi confeccionado em cetim e riquíssima renda, iniciando a
tradição dos véus de família e as grinaldas com flores de laranjeira na forma
de coroa, As mangas com fita nunca saíram de moda.
1929 |
1929 – A atriz Louise Brooks usou este vestido num filme. O
modelo foi publicado na Vogue americana. De linha melindrosa, de bainha
assimétrica, feito em renda e crepe-cetim, marcou as noivas da época. O buquê
com guias arrematadas por rosinhas se tornou um clássico.
1939 |
1939 – Vivien Leigh, como Scarlett O’Haara vestida de noiva
no filme “...E o vento levou”, cuja ação transcorre em 1861, usou uma criação
do figurinista W. Plunkett. A aplicação de folhas quase soltas inspirou as
noivas de casamentos mais pomposos noa anos 40.
1947 |
1947 – A pricesa que se tornaria rainha Elisabehh II da
Inglaterra vestiu um traje de Norman Hartnell. O decote e os bordados em fio de
prata foram repetidos por noivas do mundo inteiro, bom como a forma do diadema
e o buquê redondo combinando com o desenho dos bordados.
1949 |
1949 – Rita Hayworth, quando casou com o príncipe Ali Khan,
vestiu-se com Jacques Fath, de azul claro em crepe de seda plissado. Tinha na
mão um lencinho. O chapéu foi inspirado em Scarlett O’Haara. Noivas não muito
jovem imitaram Rita, fugindo do tradicional véu-e-grinalda.
1953 |
1953 – Jacqueline Bowvier Kennedy foi uma noiva primaveril.
Seu vestido era de tafetá com tomas formado linhas curvas. As mangas curtinhas
e o cinturão também em tomas fazia parte da moda dos vestidos de baile no
início dos anos 50. A pompa estava no véu de renda bordado.
1956 |
1956 – Grace Kelly foi uma noiva clássica, a cabeça com um
toucado na linha elisabetana, cabelos presos. A figurinista Helen Rose, que a
vestia em Hollywood, criou o traje em seda pura e renda racine. Os botões
coberto repetem-se na manga justa. Buquê artificial.
1966 |
1966 – Farah Diba foi noiva das mil e uma noites, vestida
por Christian Dior. Um mantô decotado com bordado em pérolas e brilhantes
acompanhado a grande cauda. Vestido, no mesmo crepe cetim, mais leve. Diadema
de brilhante e véu de tule. Buquê de flores naturais.
1981 |
1981 – A princesa Diana escolheu dois jovens londrinos,
Elizabeth e David Emanuel, para fazer seu vestido. Inspiraram-se no traje da
Rainha Victoria para criar o modelo de cetim com babadinhos e renda. O farto
véu era preso no diadema de brilhante.
1996 |
1996 – Carolyn Bassette, ao casar com John-John Kennedy
optou pela linha clean num modelo de verão, em crepe de seda marfim e estola de
musselina para cobrir os ombros na igreja. O estilista foi Narciso Rodriguez e
o traje, milhares de vez copiados por confecções.
2011 |
2011 - Kate Middleton escolheu a diretora da Alexander
McQueen, Sarah Burton para desenhar o
seu vestido. O vestido tem um corpete bordado, apliques, saia evasê e véu em
tom pérola. O véu de 2,70 m de comprimento foi preso por uma tiara Cartier, encrustada de diamantes, emprestada
pela rainha Elizabeth II. Um detalhe do
vestido que chamou a atenção foi à renda, cheia de rosas, narcisos e trevos,
feitos à mão pela Escola Real de Bordado - estes são símbolos da monarquia
britânica.